Sente-se cada vez mais esquecido, com dificuldade em concentrar-se, deprimido sem razão aparente? O seu corpo está a ficar flácido e sistema digestivo funciona mal? Tem dores de cabeças constantes?
Se respondeu sim à maioria destas perguntas é bem possível que esteja viciado num alimento nalguns casos mais difícil de abdicar do que algumas drogas ou medicamentos. O açúcar branco, sacarose.
É verdade, o açúcar é uma substância aditiva (palavra moderna que se traduz por viciante) e dos poucos alimentos que nutricionalmente é completamente vazio (tem calorias, mas nada nos traz em relação a substâncias proteicas, minerais ou vitaminas) apesar de a maioria das pessoas comer uma quantidade diária aceitável deste moderno produto: o consumo médio na Europa é de 45 a 50 kgs de açúcar por pessoa por ano e a produção mundial ultrapassa os 50 milhões de toneladas por ano.
Antes da Revolução Francesa muito poucas pessoas consumiam açúcar (com excepção da classe rica, a única que na altura tinha cáries dentárias) e desde essa altura o consumo tem vindo a subir assustadoramente; actualmente podemos encontrar açúcar em produtos como o pão ou mesmo o sal, para além da enorme quantidade presente em chocolates, rebuçados, bolos de pastelaria, cereais de pequeno almoço, etc, etc.; na realidade a maioria de nós nem se dá conta do volume de açúcar consumido, uma vez que muitas vezes este está escondido nos mais diversos alimentos.
O problema com tudo isto é que o açúcar, apesar de doce, tem resultados muito amargos na nossa saúde e afecta muito mais do que apenas os dentes. Se come açúcar uma vez por mês isso não lhe trará provavelmente grandes transtornos, mas se não pode passar um dia sem este alimento (não é na realidade um alimento), então é possível que mais tarde ou mais cedo desenvolva problemas mais ou menos sérios.
O açúcar não é digerido na boca, chega muito rapidamente ao estômago, o que provoca uma reacção massiva de sucos gástricos. A reacção de secreção embala-se o que provoca a hiperacidez estomacal conduzindo à aparição de gastrites e úlceras estomacais.
Uma vez que a sua assimilação é feita ao nível dos intestinos e o açúcar não tem qualquer tipo de vitamina do grupo B, o organismo mobiliza as reservas de vitamina B do corpo. Uma vez que as vitaminas do grupo B regem os fenómenos de calcificação, o consumo da sacarose bloqueia a calcificação, conduzindo ao primeiro efeito de descalcificação dos ossos, dentes e sistema nervoso.
O açúcar descalcifica também porque provoca uma hiperacidez estomacal. Para mantermos um pH do sangue na zona da saúde, mobilizamos sais alcalinos que constituem a reserva mineral do corpo, particularmente sais de cálcio e de magnésio. Neste processo dá-se o segundo efeito descalcificante. Segundo alguns autores, uma colher de chá de açúcar rouba minerais ao organismo durante 3 horas seguidas.
O açúcar bloqueia o metabolismo de magnésio, um elemento sinergético de calcificação. O magnésio desempenha um papel importante nas moléculas que constituem os corpos imuno-protectores.
O açúcar tem um feito negativo sobre o sistema nervoso parasssimpático e os órgãos por ele comandados. O cerebelo torna-se mais passivo, o que diminui as capacidades intelectuais.
Segundo o Dr. Kendall, este produto provoca lesões arteriais e afecta o sistema cardiovascular.
O Dr. Brckitt demonstrou que a ausência de fibras no açúcar contribui para o aumento de diverticulite e de cancro no cólon.
A sacarose (significa açúcar, estou a evitar utilizar o termo tantas vezes) diminui as defesas do organismo, ao neutralizar a acção imunitária dos glóbulos brancos.
O açúcar é a causa número um da diabetes e contribui de uma forma muito séria para um problema muito comum nos tempos actuais, hipoglicemia ou níveis baixos de açúcar no sangue; se sofre de hipoglicemia e pensa que comer sacarose resolve o problema, está enganado – a sacarose cria um círculo vicioso de hipoglicemia do qual é muito difícil sair.
Para além de todas as razões enunciadas, que espero o façam pensar duas vezes sempre que decida comer este alimento, o açúcar contribui para a obesidade, trombose coronária e infecções primárias nos intestinos.
Provavelmente nesta altura já está assustadíssimo ou pensa que eu sou um doido radical numa cruzada anti-prazer. Acredite que não, o que estou a escrever é mesmo verdade e as verdades devem ser ditas, para que pelo menos possamos ter consciência daquilo que fazemos.
Sugiro-lhe a leitura do livro “Sugar Blues” escrito nos anos 70 por um jornalista americano casado com a falecida actriz Gloria Swanson, William Dufty. Neste livro, William Dufty relata com bastante humor e rigor científico a sua odisseia pessoal e a forma como a sua saúde física e emocional melhoraram quando começou a reduzir o consumo deste alimento.
No que toca ao prazer, ao sabor doce, é possível obtermos o sabor doce através de alimentos muito mais saudáveis como o malte de cevada ou o malte de arroz, ou outros. Evite no entanto sucedâneos como o aspartame ou a sacarina, muito piores para a saúde do que o açúcar branco.
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