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Alimentos como Energia

“Ki”, “Chi”, “Prana”, “grande vento” – são palavras que pode já ter ouvido ou lido em conferências, artigos ou livros relacionados com a filosofia e/ou medicina orientais. A palavra “ki” é utilizada pelos japoneses, “chi” pelos chineses, “Prana” pelos indianos, “grande vento” por algumas tribos de índios americanos. Outras culturas utilizaram nomes diferentes para definir o mesmo conceito.
Estes termos referem-se a uma “energia vital” que para os orientais cria, anima e permeia todos os fenómenos. O “ki” (termo que utilizarei neste artigo) é uma essência vital que se encontra em todas as coisas e tem aspectos quer da matéria quer da energia. As teorias da física moderna (particularmente da física quântica) que mostram uma alternância entre a matéria e a energia têm muito em comum com as teorias orientais milenares.
Na terminologia oriental a expressão “ki” faz parte dum enorme número de palavras que definem determinados estados físicos ou emocionais, quando, por exemplo, nos referimos à doença ou à saúde.
Assim, em muitos idiomas orientais não se diz, por exemplo, que uma pessoa está doente, mas sim que o “ki” da pessoa está a sofrer ou que o “ki” está doente, nunca que o corpo está doente ou que a mente está doente, porque a visão que têm dos fenómenos é global e energética.
A título de exemplo, refiro algumas expressões japonesas para que possa melhor perceber este conceito que sendo muito diferente da visão analítica, cartesiana, ocidental, é usado por muitos povos há milhares de anos.
Byo Ki (doença): significa o “ki está a sofrer” ou o “ki está desordenado”
Kyo Ki (louco, doente mental): significa “ki errado” ou “ki fora de ordem”
Ki Ga Shizumu (depressão): o “ki está a afundar-se”, o “ki está a ir para baixo”
Yu Ki (coragem): “ki activo”
Ki O Ushinau (desmaiar): “perder o ki”
Ki Ga Chiisai (cobarde): o “ki é pequeno”
Nas disciplinas da medicina oriental o diagnóstico e o tratamento são realizados com base neste conceito: considera-se que a doença surge quando existe uma desarmonia nesta “energia vital” e utilizam-se técnicas como a Acupuntura, Moxabustão (aplicação de calor), massagem Shiatsu, “Asanas” de yoga, alimentação e outras para restabelecer um fluxo saudável ao longo dos “meridianos” e Chacras (respectivamente, canais bem definidos por onde esta energia corre e centros de energia).
A filosofia e medicina orientais consideram que o nosso carisma, alegria de viver, coragem, optimismo, são também expressões saudáveis desta energia vital que, quando flui adequadamente no nosso corpo, nos torna pessoas mais vibrantes e atraentes (não necessariamente no sentido físico da palavra atraente, mas mais dum ponto de vista humano e espiritual).
A ciência tem, duma forma geral, dificuldade em compreender e aceitar este tipo de interpretação da vida e dos fenómenos porque se baseia na observação e confirmação sensorial para validar os fenómenos, e isso não é fácil de fazer em relação à energia “ki” com a maioria dos métodos científicos de que dispomos actualmente. No entanto, o facto de não conseguirmos provar alguma coisa não significa só por si que ela não exista, tão só que não a conseguimos provar. Não podemos medir “cientificamente” o amor ou o ódio ou a compaixão ou a fé mas duvido que alguém possa pôr em causa o efeito desses estados de alma na nossa saúde ou bem estar. Descartes disse que “a ausência de prova não é prova de ausência”, uma frase que nos pode ajudar a ter uma mente muito mais aberta e curiosa em relação aos fenómenos que podem parecer mais difíceis de entender.
Pessoalmente, estudo esta teoria há mais de 20 anos e estou profundamente convicto de que a vida é muito mais do que uma combinação de elementos químicos em diferentes proporções. Esta noção de “energia” pode ser o elo de ligação que nos falta para compreender muitos fenómenos aparentemente inexplicáveis.
Da mesma forma que tudo é “energia”, os alimentos são e têm também uma energia, um “kiespecífico”: podemos dizer que um alimento que nos faz sentir bem após é um alimento com um bom “ki”; e que um alimento que nos torna fracos tem um “ki” mais débil.
Alimentos que são produzidos por métodos naturais, com exposição adequada a factores como o sol, a lua, água de boa qualidade, etc, têm um “ki” mais forte do que os mesmos alimentos produzidos duma forma artificial e mais rápida, por exemplo, mesmo se nutricionalmente eles aparentam ter os mesmos nutrientes.
Alimentos confeccionados num fogão a gás, eléctrico ou microondas têm uma energia diferente, e essa energia criará condições físicas e emocionais diferentes quando os alimentos se transformam no nosso corpo.
Assim, para além de podermos avaliar os alimentos segundo os seus nutrientes (obviamente um método útil e importante, mas não completo), podemos também considerar este aspecto menos material: a forma como esses alimentos nutrem o nosso “corpo vibracional”.
Para os orientais, absorvemos o carácter daquilo que comemos, pelo que um alimento “duro” cria “dureza”, um alimento “mole” cria “flacidez”. Um alimento “agressivo”, cria “agressividade”, um alimento “flexível” cria “flexibilidade”, etc.
Em artigos próximos regressarei a este tema, escrevendo sobre como este “ki” nutre os nossos diferentes órgãos: fígado, coração, rins…

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