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Alimentação e Exercício Físico Conscientes

No artigo anterior, sobre os 4 pilares relativos à saúde e bem-estar, referi a importância – e desafiei-vos – na reflexão de cada um, nas vossas vidas. Conseguir abraçar as 4 áreas, e dar a devida importância às mesmas, é aumentar a consciência e o auto-conhecimento individuais.

Alimentação e exercício-físico são 2 desses pilares e estão directamente associados. O equilíbrio entre estas duas áreas é fundamental, trazendo harmonia e conexão, ao corpo e à mente. Quando ambas trabalham em prol do bem-estar, do auto-cuidado, num todo, há o despertar do nosso interior, gerando uma simbiose com o meio exterior.

O acto de alimentar é um estado de nutrição – é nutrir o organismo, e todo o sistema que este integra e suporta. Existem muitas dietas, muitos estilos de vida, que se podem adaptar, que podem funcionar. Então, de que forma podemos direccionar a energia alimentar a nosso favor? Na realidade, o ser-humano sempre foi (e ainda é, quando necessário) um omnívoro oportunista. Comendo de tudo um pouco (o que a natureza dava e o que encontrava) nos locais por onde passava; caçando, pescando, colhendo e alimentando-se, com o estritamente necessário, para esse dia, para esse momento. Não é voltar ao tempo das cavernas, mas sim ganhar um pouco mais de discernimento, consciência e criatividade, quando escolhemos alimentos. A meu ver, podemos direccionar essa energia alimentar – e que a Macrobiótica tão bem distingue e valoriza como yin e yang -, conhecendo o local que habitamos, a altura do ano em que nos encontramos e, acima de tudo, a condição de saúde que temos. Estes são os principais factores para orientar e focar as escolhas dos alimentos, que vão nutrir o organismo, com a energia necessária.

Para que este processo se torne numa viagem deslumbrante, numa descoberta fascinante, de crescimento, o desafio é: educar as papilas gustativas. As papilas gustativas são sensores extraordinários que nos acompanham, que nos conhecem bem e que se adaptam de forma única! Para tirar partido deste exército sensorial há que variar os alimentos e quanto mais natural e mais próximo da origem, possível, melhor!

O primeiro passo é retirar o açúcar e ler os rótulos. A informação e conhecimento que advém deste “simples” gesto transforma a nossa percepção da realidade – daquilo que muitas vezes nos levam a acreditar que devemos consumir.

O consumo desmedido, a contagem de calorias, a preocupação com dietas extremas traz desinformação e muitas dúvidas. Traz transtornos alimentares e desconhecimento. Consumir o que faz sentido e o que é mais adequado; entender que as calorias são números (que contar as calorias leva a uma despreocupação e ignorância quanto à qualidade, origem e pegada ecológica); aceitar que cada alimento – fruto, legume, vegetal, cereal… – é um todo, é responsabilizarmo-nos pela nossa saúde, é saber abraçar e cuidar de nós mesmos!

Para complementar, o Exercício-Físico é uma boa forma de colocar em prática a energia que foi assimilada, transformada e transportada, para as células, através do alimento.

Ter reservas de qualidade, com quantidade necessária, de combustível é fundamental para o cérebro e músculos (sendo muito sucinta – pois o processo de transformação é inteligente, pormenorizado e único).

Criar movimento, exercitar, não pode ser – como acontece com a contagem de calorias – uma preocupação para compensar o que se come, para aspecto meramente estético, que existe fora da esfera do quotidiano. Exercitar, não pode estar só e directamente ligado aos ginásio, ao desporto ou às competições; deverá ser uma parte do indivíduo ao longo do dia. Ser um momento criado, uma oportunidade gerada, pelo próprio, de forma livre e consciente, para dar dinâmica, criar movimento, ao corpo e à mente!

Além do ginásio, de aulas individuais ou de grupo, de treino personalizado, seja presencial ou on-line, mexermo-nos tem de ir além disso. É saber subir e descer escadas, andar a pé, seja com bom ou mau tempo, brincar no tapete com os filhos ou com os netos, fazer limpezas em casa, arrumações, saltar à corda, ao elástico, pular…criar momentos, ao longo do dia, de forma adaptada e cuidada, para mexer o corpo.

Assim, o modo como vivemos conta. As escolhas que fazemos contam, mesmo as excepções, seja qual for o pilar de actuação. São os pequenos gestos, é a atitude e o foco, nos objectivos, abraçando os desafios, que aumentam o bem-estar, o equilíbrio, da mente e do corpo. Preocuparmo-nos com a saúde é pré-ocupar a mente, é ter espaço para o controlo e sentir a liberdade, nas escolha em prol da saúde.

Próximo desafio:

> 2 semanas sem açúcar refinado, tendo atenção aos rótulos.
> 2 semanas com mais escadas, para subir e descer; andar a pé, estacionando mais longe o carro, em relação ao destino pretendido;
> caminhar 3x por semana – durante as próximas 2 semanas – durante 30 minutos, de forma vigorosa, ao ar-livre.

É na simplicidade que se ganha tempo e energia!

Crónica Ana Reis

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