O determinismo genético é frequentemente considerado como a causa principal de muitos dos problemas de saúde actuais e uma boa parte do paradigma médico actual gira à volta desta ideia. Determinados genes seriam responsáveis pela transmissão, de geração em geração, de problemas como cancro, diabetes, doenças cardiovasculares, entre muitos outros.
Existe evidentemente uma herança genética que nos pode dar maior ou menor propensão para desenvolver determinados problemas. Mas essa herança mostra, na maioria dos casos, apenas uma tendência, não tem que ser determinante. No caso do cancro, por exemplo, muitos dos estudos que apontam para uma influência na ordem dos 3 a 5%, manifestamente menos do que aquilo que podemos ser levados a acreditar quando lemos notícias sobre o assunto na imprensa diária.
Cada vez mais investigação mostra que alterações alimentares profundas, actividade física e redução de stress podem alterar significativamente a expressão de centenas de genes. Recentemente, na National Academy of Sciences dos EUA, o Dr. Dean Ornish, professor de Medicina na Universidade da Califórnia, apresentou diversos estudos que mostram que alterações drásticas no estilo de vida e alimentação reduzem bastante o desenvolvimento do cancro da próstata. Dean Ornish, que também é presidente do Preventive Medicine Research Institute, é um dos investigadores modernos que recusa a ideia do “niilismo genético” e que pensa que podemos mudar ou minimizar muitas das inclinações genéticas através de mudanças no estilo de vida.
Uma ideia que apoio totalmente e que devia ser levada mais a sério por todos os que se preocupam com a saúde.