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Estação Verão- Parte I

Artigo 13

Conhecer as estações e as suas energias, bem como o par de órgãos que lhes estão associadas, é muito importante para o entendimento pessoal e social. Para o entendimento da simbiose entre ser-humano e o meio envolvente.

A Primavera é a estação para germinar, onde se inicia um novo ciclo. Como referido no artigo 8 “Prima Vere”, é a estação do primeiro verão. A primeira fase do ano com temperaturas mais quentes, que antecede o Verão.

A energia, nestes meses primaveris, vai crescendo até atingir o ponto máximo da sua expansão yang, no solstício – que identificamos no calendário a meados de Junho – e é nesta altura que se “entra oficialmente” no Verão. Esta é a estação pela qual muitos anseiam.
Uma estação conectada com a energia do fogo. Tempo de plenitude e de projecção. Tempo de crescimento e de vitalidade.

O calor produzido e emanado do céu aquece, aumentando a temperatura na terra. Os dias vão crescendo, as noite vão mingando. É a altura do ano apropriada para se dormir menos: deitar mais tarde e acordar cedo, de forma a respeitar este novo ciclo – o período nocturno, agora, menor que o período diurno. É, por isso, que nesta altura do ano as sestas são reparadoras, além de ajudarem a acertar o ritmo de descanso permitem que a energia de expansão e a dinâmica interior/exterior sejam controladas.
(O que nos tempos modernos deixou de existir e a sesta é substituída pelo café, por exemplo, para que se “ultrapasse” essa necessidade natural de regular, para uma necessidade, quase imposta, pelo avanço louco da era industrial e tecnológica).

Os pares de órgãos desta energia são coração/intestino delgado. Assim, o calor, o fogo, que se faz sentir no exterior activa a pulsação, a energia e os fluídos internos. Estes são bombeados e direccionados pelo coração. As células que compõem o sangue e os fluídos, por sua vez, são alimentados pelo que é consumido, digerido e assimilado no intestino delgado. Logo, uma alimentação da época, da região, mais leve, que hidrate mais e com períodos de confecção mais curtos, ajuda na fluidez da energia interna e melhora o desempenho na digestão e a manutenção do organismo.

Também a energia exterior deverá ser direccionada e encaminhada da melhor forma e é natural que haja a vontade em expandir sentimentos, relacionamentos, de crescer, amadurecer e de abundância.
Contudo, excesso ou escassez destas características, trazem desequilíbrio. Deste modo, tem de haver uma consciência interior bem focada e madura para restabelecer, regular e orientar essa energia.

Energia veranil equilibrada e harmoniosa é uma energia que proporciona ambiente de bem-estar, bom-humor e boa disposição, de socialização, de comunicação saudáveis.

Associada a esta estação existe uma emoção.
A emoção que enche o coração e alimenta a alma e que facilmente se consegue percepcionar: a alegria.

Alegria, em “quantidades” moderadas é saudável e muito importante.

A origem desta palavra é muito interessante.
Vem do latim alacritas/alacer, que é animado, vivaz, contente, de ânimo leve. Felicidade também está relacionada com a palavra alegria, é um sinónimo, ainda que abracem diferenças temporais. Isto é, a alegria é algo mais momentâneo e a felicidade perdura mais no tempo.

Felicidade vem de felicitas (latim) e phyo (grego), que significa produzir.
Phyo, por sua vez, tem uma conotação com fecundar, fecundo – o que produz, aquele que gera, o que constrói.

É com alegria que abraçamos esta estação do Verão.
É no equilíbrio e ajuste desta emoção que conseguimos ter mais controlo e fluidez neste período do ano. A alegria deve ser vista não só nos momentos em família, com amigos, mas, também, na alegria em ingerir alimentos adequados, exercitar de forma adaptada e respeitar as horas de descanso.

Reflictam nas diferenças entre a estação do Verão e do Inverno. São opostos que se complementam e se combinam entre si. São o yin e o yang na sua conexão mais pura. Uma conexão necessária!

E, já agora, desse lado, são adeptos do café ou da sesta, depois do almoço?

Crónica Ana Reis- Professora do Instituto Macrobiótico de Portugal

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