Artigo 21- Continuação do Artigo anterior
Neste artigo, dou continuidade ao assunto Yin e Yang. Há muito para partilhar sobre estas duas forças.
Seguidamente, pretendo desenvolver um pouco mais sobre características de transformação, de interdependência e dos pilares base.
Se se analisar cada fenómeno, cada elemento ou cada ser, verifica-se que existem em si mesmo os dois opostos. E isso acontece porque nada é apenas yin ou apenas yang, mesmo na sua essência ou origem. Ambos se repelem e se atraem, em constante dinâmica cíclica, (co)existindo em qualquer manifestação universal.
Remetendo para o símbolo, o diagrama, que caracteriza e ilustra Yin e Yang, ambas as forças estão dentro de um círculo, que se divide em dois. A divisão é feita por uma linha curvilínea, que separa o lado branco do lado preto. Em cada lado existe, também, um apontamento (um pequeno círculo) na sua cor oposta. Este apontamento remete para essa sinergia entre os dois pólos – o lado yin, a metade preta, transforma-se em yang, na sua expansão máxima e o lado yang, a metade branca, transforma-se na sua energia oposta, yin, na sua contração máxima.
Esta representação vem ilustrar que, dentro de cada um dos estádios existe o seu contrário. Simboliza a dinâmica cíclica, espiralizada, entre yin e yang. Cada uma irá atingir o seu máximo transformando-se, no fim, na sua energia oposta. Um ciclo que se repete infinitamente.
Assim, dentro desta dualidade existe interdependência. E as características desta interdependência são: a oposição de yin e yang como sendo um só, em unidade e complementaridade; que nada se caracteriza exclusivamente yin ou yang e, por fim, Yin e Yang são tendências relativas e, para explicar melhor, deixo um excerto do livro Fundamentos do pensamento oriental e macrobiótico do Mestre Francisco Varatojo, que pretende ilustrar essa tendência dando o exemplo de uma espiral: uma espiral com uma tendência centrípeta, que se contrai em direcção ao centro, num movimento com um sentido anti-horário, esta é designada por Yang. O caso oposto, Yin, consiste numa espiral centrífuga, que se expande em direcção ao exterior, num movimento com sentido horário.
Contudo, existem estados de dissonância, entre ambas. Estes estados de dissonância ou de desequilíbrio são necessários e vitais para a harmonia. A incongruência entre estes pólos é, também, necessária para a estabilidade.
Se se falar sobre os elementos basilares, destas duas energias, estes caracterizam-se pela: percepção de que entre elas, a sua relação, não é metade-metade mas sim um equilíbrio em constante dinâmica e mudança; que não podem existir, evoluir e transformar-se, uma sem a outra e, por fim, entender que esta (inter)dependência é infinita, trazendo ao seu equilíbrio e dinâmica, uma infinidade de estados e estádios possíveis de conciliação, coesão e estabilidade. Os seus pontos de discrepância, desconformidade ou de desequilíbrio, como já referido, têm de existir para uma correlação saudável e harmoniosa, entre yin e yang.
Esta análise um pouco mais descritiva, entre a interdependência e os elementos base, pode parecer complexa ou até mesmo confusa mas, acreditem, que se tornará bastante intuitiva, interessante e simples, com o tempo. Vivenciar e experienciar esta dicotomia no dia-a-dia torna-se, simplesmente, fascinante e muito importante para o auto-conhecimento, evolução e transformação interiores.
Além do livro referido num dos parágrafos anteriores, como referência para este entendimento e estudo, também consulto, da colecção Cadernos Macro, Alimentação Macrobiótica.
São livros sempre actuais e que me continuam a trazer clareza e discernimento, relativamente, a este assunto.
Pesquisem e procurem mais informação acerca deste conceito fascinante. Eles estão e existem em qualquer lugar, ser ou momento, em qualquer alimento, emoção ou vivência. Compreender a sua dinâmica é aceitar a vida com outros olhos e com outro coração!
Experimentem!
Crónica Ana Reis- Professora do Instituto Macrobiótico de Portugal